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Um turismo diferente que talvez você nunca tenha pensado em fazer!

  • Foto do escritor: Elio
    Elio
  • há 2 dias
  • 7 min de leitura

Atravessando a Áustria, bicicleta carregada (27 kg), o Danúbio escorre suave e minha bike também!
Atravessando a Áustria, bicicleta carregada (27 kg), o Danúbio escorre suave e minha bike também!

Talvez você já tenha feito um charter em um veleiro, talvez já tenha alugado um helicóptero ou um avião para um vôo privado ou, até mesmo, tenha feito um cruzeiro de navio. Mas existe uma forma de turismo que, raramente, brasileiros fazem: turismo de bicicleta. Isso mesmo, turismo de bicicleta!

O público alvo são os casais de jovens, as famílias com filhos pré-adolescentes e os aposentados. Isto está se tornando uma moda graças às bicicletas elétricas, que permitem viagens longas, confortáveis, ecologicamente corretas e incrivelmente divertidas.

  Eu não tenho bicicleta elétrica, vou no pedal e, especialmente depois de ter sido operado do coração, busco fazer viagens de bicicleta suaves.

Acabei de fazer uma viagem partindo da cidade de Passau, na Alemanha, atravessei a Áustria, depois a República Checa e, finalmente, entrei na Hungria, indo até a maravilhosa Budapest. Foram pouco mais de deliciosos 800 km.

Fiz com um amigo francês, Pierre, que havia sofrido um acidente recentemente e quebrado seis costelas.Estava recuperando-se e, portanto, nada de esforços!

O Danúbio escorre suavemente e a Floresta negra o alimenta com água pura. Cidade de Passau.
O Danúbio escorre suavemente e a Floresta negra o alimenta com água pura. Cidade de Passau.

Não encontrei nenhum brasileiro nessa viagem, mas sim muitos casais de aposentados: ingleses, franceses e de outras nacionalidades européias.

Em Passau dormi num hotel com toda infraestrutura para bicicletas, inclusive elétricas. Por esta cidade passa a Ciclovia 6, que é praticamente toda asfaltada, exclusiva para bicicletas e oferece toda segurança e conforto. A partir de Passau, ela vai beirando o Danúbio, maior rio da Europa, até Budapest.

Nela você passa por pequenas e históricas cidades, com castelos maravilhosos e florestas como a famosa Floresta Negra. Em cada lugar poderá parar, encontrar ótima infra-estrutura e segurança total.

Se você reservou um hotel ou um B&B sempre terá acomodações boas, com bons banhos e lugar para recarga da bateria da bicicleta. Para aqueles mais aventureiros ou mais econômicos, uma ótima escolha é dormir em camping. Neles você escolhe dormir na sua barraca, caso tenha uma, ou num chalé e, em todos os campings, têm chalés para 4 ou mais pessoas.

Meus amigos têm dúvidas, achando que esta aventura não é para eles ou para suas esposas e, por isso, decidi criar este blog, como os FAQ (Frequent Asked Questions) como aqueles das páginas web, esclarecendo alguns pontos básicos.

Então vamos a elas:


Eu sei andar de bicicleta, mas nunca pedalei mais do que algumas voltas num parque. Tenho condições de fazer essa aventura?

 

SIM(!), graças às bicicletas elétricas. Quem nunca pedalou mais do que um quarteirão pode, facilmente, fazer esta viagem. Na maioria dos casais de terceira idade que encontrei, ambos usavam bicicletas elétricas. Em alguns casais mais novos, normalmente o marido usava bicicleta de pedal e a esposa, uma bicicleta elétrica, muitas vezes rebocando um carrinho com alguma criança dentro!

Nos vários grupos de casais de ciclistas de terceira idade com quem parei para conversar, constatei que a maioria era constituída de pessoas de alto nível sócio-econômico e cultural. O que mais ouvia era que eles estavam fazendo a viagem para apreender a história e sentir o espírito da liberdade. Muitos homens incluíam o desejo de apreciar as centenas de diferentes tipos de cervejas, que encontrariam no caminho. Isso mesmo, centenas de tipos. Apesar de eu não consumir bebida alcoólica, acreditei no que eles me disseram.


Super bom pedalar ao lado do Danúbio. Seguro bem asfaltado eplano. afinal rio desce, né?

Eu e Pierre nos divertimos muito e apreciamos cada momento da viagem, mesmo estando Pierre em recuperação de 6 costelas quebradas e eu me recuperando de uma operação cardíaca a peito aberto. Nossas bikes não eram elétricas, então, claro que SIM, você tem plenas condições físicas para fazer essa surpreendente viagem. E nem precisa de seis meses de academia para esta aventura!

Neste filme ao lado, o Pierre estava vários km à minha frente pois eu parei para comer maças numa árvore, então tive que apertar para alcançá-lo.



Preciso levar minha bicicleta?


Não, você pode alugar tanto bicicletas normais quanto elétricas.


Se alugar, preciso devolver na cidade onde iniciei a viagem?


Se quiser sim, se preferir deixar na cidade destino também pode. As empresas que alugam bicicletas têm serviço de pegar e levar de volta, para o lugar de origem.

Isto é a paisagem de um B&B.
Isto é a paisagem de um B&B.

Eu vou ficar na Europa viajando por outros lugares e, por isso, tenho malas. O que faço  com elas?


Existem empresas que pegam as malas no hotel que você está, guardam e, caso você queira, eles tem um serviço no qual levam a(s) mala(s) para o seu próximo hotel (ou pousada ou camping), de modo que você viaja leve e, ao chegar, elas já estarão esperando por você. Segurança total.


Quantas horas por dia ficarei pedalando?


Depende do quanto você planejou, mas, com bikes elétricas, as pessoas com idade acima dos 60 anos com as quais conversei, fazem uma média de 45 km por dia, ou seja, pedalam ao redor de 3 horas por dia, sem nenhum esforço.


E se eu quiser ficar numa cidade mais dias do que planejado? 


Nenhum problema, você tem total controle sobre as datas, não está preso a uma agência de viagem que lhe define data de partida, chegada, onde ficar etc. Você é livre para ser feliz!

Talvez prefira cidades pequenas como esta, mas todas são lindas.
Talvez prefira cidades pequenas como esta, mas todas são lindas.

Por exemplo, Viena é esplêndida e, com uma bike fica muito mais fácil conhecer lugares, ir assistir um espetáculo, visitar um museu ou simplesmente passear pelos seus inúmeros parques. Nada fica a mais de 15 minutos de distância do centro, nada de fazer longas caminhadas ou pegar Uber para ir de um lugar a outro. Todos usam bikes: jovens ou idosos, gordos ou magros, baixinhos ou grandões. Um bom cadeado (sim, lá também roubam bicicletas) e bons passeios pelas ciclovias da cidade. Com isso, afirmo: você decide se deseja ou não estender sua estada na cidade :)


Como é a viagem? 


A ciclovia se desenrola praticamente sem subidas, afinal rio não vai na subida, né?

Ela pode ser percorrida tanto pela margem esquerda quanto pela margem direita, sempre viajando com o Danúbio de um lado e árvores do outro. Só encontrei frutos silvestres poucas vezes, mas consegui comer muitas amoras. Interessante é que lã não se encontra o pé de amora, com as características da árvore que temos no Brasil e que deixa a calçada cheia de manchas pretas dos frutos maduros, mas sim as amoras nascem em em arbustos espinhosos e fica mais fácil de serem colhidas.


Eu não quero fazer uma viagem tão longa, posso fazer apenas algum trecho? Qual o mais interessante?


Claro que você não precisa ir de Passau até Budapest. Pode apenas fazer um trecho desta maravilhosa ciclovia, por exemplo de Passau a Viena, passando por Linz e outras cidades conhecidas.

A Áustria é uma pérola. O país é extremamente organizado, as pessoas são receptivas, a cultura é regra - não exceção. Ao longo da ciclovia, mesmo nos menores lugarejos, sempre tem alguém que “arranha” um inglês suficiente para encontrar um mercadinho, uma pousada e essas coisas básicas. Um país com cultura centenária, centro de artes, ciência, filosofia, música e muitas manifestações culturais sempre tem algo a oferecer. 


Este é o trecho da Euro 6 entre Passau e Budapest.
Este é o trecho da Euro 6 entre Passau e Budapest.

Isto não diminui a beleza do trecho bem curtinho entre Viena e Bratislava. Eu havia estado nesta linda cidade da República Checa, há mais de 15 anos e, ao voltar, claro que notei as inevitáveis mudanças, mas Bratislava não perdeu seu charme. Repeti experiências do passado: sentei-me em alguns bancos de praça e conversei com estátuas de bronze de grandes pessoas, que muito fizeram para o bem daquele país; claro que foram monólogos, nenhuma daquelas estátuas me respondeu com palavras.

Pensando em gastronomia, a variedade de descobertas é incrível. Das delicatesses das  docerias vienenses aos doces feitos com frutas frescas colhidas no pomar, dos embutidos e queijos artesanais diferentes a cada cidade ao cardápio do pequeno restaurante caseiro com comidas típicas dos Urais, da ex-Jugoslávia.

Vale mesmo desviar-se um pouco para provar pratos típicos em casas de camponeses, o que transforma a viagem num sem fim de experiências únicas.


O trecho entre Bratislava e Budapest é o mais “natureza”. Com isto quero dizer que neste trecho você sente a diferença do poderio econômico dos habitantes.

Ter Mercedes, BMW, Audi, Porsche e outros carros assim, é o normal na Austria, já não se pode dizer o mesmo na República Checa e nem no país Magiar. Eles estão agora recebendo as  influências da União Europeia; camponês tem seu carro, normalmente Skoda, Dacia ou similar e todos possuem um nível econômico que, para nós no Brasil, seria considerado classe média superior. Em nenhum destes países encontrei alguma forma de mendicância!

Lugarzinho simples, comida deliciosa e boa parada.
Lugarzinho simples, comida deliciosa e boa parada.

Com isto nestes países os preços das hospedagens e da alimentação caem cerca de 20% em relação à Áustria ou Alemanha. Quanto tempo vai durar isto? Não sei. O que vi em países como Itália, Portugal, Grécia e Croácia foi que os preços saltaram às estrelas quando a moeda deixou de ser a moeda local e passou a ser o Euro, portanto, estimo que no máximo em dois anos eles terão preços praticamente iguais aos chamados países ricos.

Budapest - que na verdade são duas cidades, Buda e Pest, cada uma numa margem do rio Danúbio - é uma das, se não a mais, bonita capital da Europa. A cidade é limpa, organizada, cheia de parques, o pedestre é a prioridade, depois vêm as bicicletas, depois o transporte público feito por tramway (o bonde) e, finalmente por último, o automóvel e a motocicleta.

Então, respondendo à pergunta “qual o trecho mais interessante?”, a resposta é: não sei!



Budapest, uma pérola!
Budapest, uma pérola!

Já fiz outras viagens de bicicleta, inclusive mais longas, como por exemplo de Rovaniemi a Helsinki (Finlândia), assim como de Narbonne (França) a Roma (Italia) e outras mais, porém esta viagem foi a mais tranquila e linda de todas elas. Este prazer talvez seja consequência do fator emocional; afinal, apenas alguns meses antes eu fui seriamente operado do coração e, por algum tempo, não pude fazer esforços. Talvez seja, ainda, o prazer de me sentir vivo outra vez, respirando ar puro, circundado por lugares maravilhosos ou, simplesmente, pela beleza deslumbrante destes lugares e natureza exuberante. O fato é que me senti muito feliz! Pena minha esposa, por motivos de trabalho não ter estado ao meu lado nesta aventura. Talvez consiga refazê-la com ela.


Se você está pensando em ter uma semana ou quinze dias de férias diferentes, junto com a esposa e algum casal de amigos e filhos, pode me contactar que será um prazer lhe ajudar a criar estas férias de sonho, uma viagem diferente, que deixará seus amigos boquiabertos!


Meu e-mail é crapun@gmail.com


Abraços.

 
 
 

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1 comentário


edy_500
há 20 horas

Que maravilha de passeio, já salvei os lugares aqui, quem sabe um dia.

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Elio Somaschini o Crapun

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Velejador e amante da natureza.

Com muitas milhas navegadas e grandes aventuras vividas apenas desejo que todos sejam felizes e sintam o quanto é bonita a vida. Bem vindos.

 

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